Fernando Rodrigues, tomou posse, dia 31 de março, como Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Montalegre.
Uma cerimónia que contou com a presença de diversas pessoas, individualidades, locais e regionais.
«Quero ser o Provedor da mudança. Vai haver mudança! Mudança tranquila. Mudança renovação, da modernização que uma casa como esta sempre reclama, de abertura da Misericórdia à comunidade, mas também, da continuidade e do respeito pela obra feita.» Foi desta forma que Fernando Rodrigues começou por caraterizar o compromisso que, agora, assume, evocando também o bom trabalho desenvolvido pelos seus antecessores: Padre José Alves, Manuel Pereira, Abel Afonso e “Pepe” «um homem integro, rigoroso, é certo, mas isento na aplicação da regra e da lei, e um dos mais dedicados a esta casa, evidentemente, por quem tenho consideração e estima.» Disse.
Também o trabalho desenvolvido pelo Município de Montalegre, na pessoa do seu presidente, Orlando Alves, mereceram evidência nas primeiras palavras oficiais do Provedor ao caraterizar como “inexcedível” a colaboração da Câmara, «na valorização do património da instituição e na expansão e qualificação dos serviços».
Vincou o respeito pela pessoa humana e na defesa da sua dignidade, os valores da solidariedade, do apoio à família e à comunidade em geral, o apoio aos idosos e aos doentes, às pessoas em situação de necessidade, às crianças e jovens em risco, o apoio à educação, formação e integração social e comunitária.
Ressalvou que, à Misericórdia cabe a «salvaguarda e defesa do nosso património, da nossa história, da nossa cultura, da nossa identidade, e de que também se nos exige colaborar, para encontrarmos as melhores respostas e serviços, no âmbito da economia social e solidária, que assegurem mais justiça, que garantam os direitos sociais dos cidadãos, que reforcem os laços de solidariedade, que contribuam para uma maior igualdade, para a sustentabilidade social, no progresso fraterno, em que todos sejam respeitados, e que possam viver com dignidade, e direito ao futuro. Tão só, como reclama a doutrina social da igreja, tanta vezes invocada, e tão pouco praticada.» Frisou.
A Unidade de Cuidados Continuados foi focada, neste discurso, afirmando que a mesma terá que abrir portas, uma vez que «a Câmara está a pagar todos os meses para a obra, e porque é muito importante pelos cuidados de saúde que presta, mas também pelo emprego, emprego qualificado, que irá criar, tão necessário na nossa terra.»
Em funcionamento encontra-se, já, a Rede Local de Intervenção e Acompanhamento Social, projeto contratualizado temporariamente, com a Segurança Social, e que envolve o Município, para atendimento e apoio às pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade e de emergência social.
O Provedor manifestou a disponibilidade, e intenção, «de assumirmos uma postura de colaboração ainda mais ativa nesta área, com as instituições locais, mas também governamentais, para mostrar a necessidade e a justeza, e para podermos reclamar outras valências sociais para a nossa área de abrangência.»
Uma vez que o Portugal 20/20 pode apoiar iniciativas perante a carência social, empregabilidade, de valorização dos recursos humanos, Fernando Rodrigues, pretende que a Santa Casa desenvolva projetos, com recursos aos fundos europeus, de forma a contribuir para mais coesão social e do território, «numa região claramente marginalizada, como tantas do interior, que produz riqueza superior a muitas, mas que depois, na distribuição pelas pessoas, fica, escandalosamente, com metade do poder de compra per capita da média nacional, e apenas 1/3 de Lisboa! » Vincou.
Com muito trabalho pela frente, o Provedor conclui que «há uma parte da sociedade que precisa, outra que reclama, e outra que pode e que não dá. Há quem possa dar para podermos servir melhor, pelo que nos caberá também fazer essa pedagogia e mostrar que o dinheiro aqui é bem aplicado. Há por isso que mostrar o que fazemos, comunicar mais, comunicar melhor. Nós temos situações de doença e pobreza a que não podemos chegar por falta de meios. E casos de abandono, de solidão, de educação, que se cruzam e se juntam, e que são no seu conjunto difíceis de solucionar, que precisam de respostas integradas e de envolver a comunidade local. Temos também, por isso, que valorizar o nosso comportamento individual perante esses dramas.»
Já no final da intervenção, deixou a promessa que esta equipa quer e vai «servir melhor os nossos utentes, e que esta casa seja a casa da vida, que sirva de exemplo de humanismo, de respeito, de amizade, de alegria, que sirva de aprendizagem e de ensinamento para nos valorizarmos e valorizar a sociedade. Queremos, finalmente, confiança em todos, e entre todos, incluindo os que aqui trabalham e dão o seu melhor por esta casa. É isto a que estamos, solidariamente, vinculados, todos, a equipa dirigente, mas todos os colaboradores da instituição, como é evidente, sendo sempre, o Provedor, o primeiro, em qualquer caso, a dar a cara, e assumir todas as responsabilidades, do que nesta casa se decidir e passar.» Finalizou.
A Misericórdia de Montalegre é responsável pelo apoio em lar a 80 utentes, 20 beneficiários do apoio domiciliário e 35 crianças em creche, num total de 60 trabalhadores.